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Sognefjord, Noruega... um relato!
1ª etapa: Flam-Gudvangen, 37 km.

A primeira etapa teve início ainda no dia anterior, com a chegada a Flam e uma primeira inspeção aos kayaks alugados ao operador local Njord.
Depois de cumpridas as formalidades administrativas da praxe veio o momento em o Rossio tinha que caber na Betesga, ou seja, atafulhar os kayaks com material e víveres para cinco dias.
Zarpámos de Flam com tempo cinzento, vento fresco e ameaças de chuva. Impõe-se aqui “despachar” já a questão meteorológica neste relato: as quatro estações num só dia durante os cinco dias e está tudo dito!
Depois de uma paragem em Aurland para comprar gás (impossível de encontrar até então!) e de uma pausa para almoço na aldeia de Undredal, deixámos o fiorde de Aurland e entrámos no de Naeroy. Este fiorde, Património da Humanidade da Unesco, apresentou-se logo de início com a maior e mais poderosa cascata de todo o percurso.

Com o dia a avançar, navegámos ora ao longo das margens, ora a meio do fiorde, rodeados de vertentes abruptas de granito cujos cumes chegavam aos 1500 metros. Aqui e ali pequenas casas isoladas, arrecadações de barcos, cais rudimentares, pequenas comunidades isoladas, as primeiras aves marinhas e algumas esquivas focas assomando discretamente à superfície ilustraram o primeiro contacto de navegação neste ambiente mesclado de mar, rios, gelo e montanha.
2ª etapa: Gudvangen-Vangsnes, 53 km.

Depois dos 37 km da véspera, o fiorde de Naeroy amanheceu muito calmo para o primeiro grande desafio, os 53 km até Vangsnes. Desmontado o acampamento, os três kayaks duplos navegaram as primeiras três horas em águas espelhadas, até à confluência com o fiorde de Aurland, prosseguindo pela margem até à pausa para almoço num dos grandes cenários desta jornada, a vila de Fresvik, numa imensa baía, enquadrada por montanhas nevadas.
O dia estava a meio e o vento aumentou. Embora não passasse de uma brisa fresca, foi-se somando aos quilómetros navegados que iam pesando nos ombros, braços, mãos…
Ao fim de dez horas de remada chegámos a Vangsnes, um minúsculo porto de ferries na margem da zona mais larga do fiorde de Sogne e frente a Balestrand, a maior aglomeração da região.

O dia ficou marcado pelo maior número de avistamentos de botos, apesar de serem bastante esquivos. Trata-se de uma baleia do tamanho de um pequeno golfinho (não atinge maios do que dois metros) e é um dos cetáceos mais ameaçados da Europa.
Arrumados os kayaks ao abrigo da maré, seguiu-se uma pequena montanha russa de emoções com toda a gente cansada e ansiando por um banho quente e uma refeição abrigada: primeiro foi o campismo que já não existia, depois foi a descoberta ali ao lado de um bed na breakfast, depois foi verificar que o dono do b&b teve medo de nós e fechou a porta e, finalmente, foi a descoberta, uns metros mais acima, de um bungalow para seis, com banho quente, cozinha e tudo… um luxo!
3ª etapa: Vangsnes-Fjaerland, 34 km.

A noite trouxe reparação às mazelas do dia anterior e esperava-nos um dia “calmo”, com pouco mais do que três dezenas de quilómetros. Mas a noite trouxe também vento forte de oeste e a primeira imagem do dia foi a ondulação que teríamos que enfrentar daí a nada, com saiotes e anoraks tão impermeáveis como papel! Kayaks na água e estabelecida a rota da travessia dos quatro quilómetros do canal ventoso, a frota avançou primeiro em diagonal, com vento pela alheta, para retomar a rota já com vento a bombordo pela proa, evitando ao máximo a exposição, mas não impedindo uma molha generalizada. É preciso sublinhar que a temperatura da água dos fiordes varia muito na mesma área em função dos tributários (cascatas e ribeiros) provenientes do degelo, descendo aos 6-8 graus e subindo aos 14-16, gelada ou fria, portanto…
A primeira pausa técnica foi então para mudar de roupa e bombear água, esperando que as condições melhorassem com a entrada no fiorde de Fjaerland, com uma orientação abrigada aos ventos de oeste.

A aproximação e chegada a Fjaerland ficará na memória de todos e começou logo quando, faltando dez quilómetros, avistámos os picos que marcam o fim do fiorde, ladeados pelo glaciares Boyabreen e Flatbreen, duas das línguas do grande glaciar Jostedalsbreen, um dos maiores dos Alpes Escandinavos. Para compor este cenário o sol decidiu aparecer em grande pela primeira vez.
Mas, a cereja em cima do bolo estava reservada para o final do dia: um chalé à beira do fiorde por tuta e meia e bem merecido!
4ª etapa: Fjaerland-Simlenes, 54,7 km.

O quarto dia da expedição começou com um sentimento de pena e uma apreensão. Pena por deixar para trás um lugar mágico e apreensão face aos mais de cinquenta quilómetros que nos esperavam. O objetivo era estender ao máximo o dia, de modo a deixar o mínimo de distância para o último dia como almofada de segurança face às exigências de horários e reservas.
A navegação incluía remar o fiorde de Fjaerland de volta, subir o fiorde de Sogne e reentrar o mais longe possível no fiorde de Aurland, pernoitar “rapidamente” e recomeçar no dia seguinte às 4:00 para os últimos quilómetros de regresso a Flam.
Neste penúltimo dia a meteorologia foi clemente e, para além de algum sol em vários momentos, tivemos direito perla primeira vez a uma pequena brisa pela popa. A navegação foi estabelecida de modo a poupar distância, deixando as margens nas secções mais retilíneas e regressando a elas nas mais irregulares. Os quilómetros foram passando e cada um de nós foi sentindo todos os efeitos deste tipo de exercício prolongado. Assaduras em alguns, bolhas noutros, dores musculares em todos, impaciência face à paisagem que demorava a mudar, dando a sensação de que não se avançava… Mas, de quilómetro em quilómetro, de curva em curva, descansando comendo e hidratando o mais corretamente possível, remámos quase 55 km, um recorde para todos, e chegámos às 20:00 à única praia de areia que avistáramos ao longo do percurso, onde, dois dias antes duas crianças tomavam banho!

A temperatura ao final do dia rondava os 20 graus e acampámos sob as estrelas. Apesar do céu limpo não avistámos uma única estrela. A claridade da noite não o permitiu, mas, num dos momentos em que acordei a meio daquelas poucas horas de descanso, vi uma enorme lua cheia bem sobre as montanhas, bem no centro do fiorde. Penso que a vi mesmo e que não estava a sonhar!
5ª etapa: Simlenes-Flam, 25 km.

No dia anterior tínhamos já avançado pelo percurso previsto inicialmente para esta última etapa. Restavam-nos 25 km ao longo do fiorde de Aurland, até Flam.
Lançámos os kayaks à água às 04:15 e a temperatura e as nuvens negras ao longe na nossa rota anunciavam chuva, apesar da imprevisibilidade da meteorologia nestas paragens. E assim foram os primeiros 10 km, debaixo de chuva intensa e com vento pela popa a estibordo. O resultado foi mais uma molha e nova paragem para tirar água e mudar de roupa.
Nesta secção do percurso a paisagem era a mesma do primeiro dia. Ainda assim o espanto mantinha-se intacto perante a imponência da natureza e da luta do homem para se lhe adaptar. Registo uma quinta construída a 300 metros do solo, num pequeno terraço sobre o precipício, sem acesso por estrada, num sítio em que tropeçar na soleira da porta pode implicar a queda para a morte!

E, finalmente ou não, chegamos à pequena praia de onde tínhamos zarpado quatro dias antes. Mais de 200 km e milhares de remadas depois instalou-se uma sensação de dever cumprido, mas também de “Então, foi isto?! E já acabou?! E agora?!...”.
E agora?! Há que esvaziar os kayaks, arrumar tudo na bagagem, beber uma cerveja e relaxar um bocadinho, esperando pelo ferry para Bergen!

Obrigado aos meus amigos de aventura por estes dias. Venha a próxima!